quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Lembra ?

Foi hoje bem cedinho...Enquanto eu tentava me esconder de alguns afazeres domésticos que me perseguiam... Pratos e talheres clamavam por serem lavados ... Roupas sujas se materializavam e pulavam do cesto... Eu, fingindo não os reconhecer ...aproveitava momentos de paz concedidos pela fada do bem! Foi nesse corre corre que esbarrei em uma TV que estava ligada por acaso...Sim, por acaso... Não sou fã de TV...exceção para assistir a um bom filme ou para manter seres pequenos sentados e "acalmados" assistindo Discovery Kids. Continuando... Em um programa qualquer...Em um canal não sei qual ... Eu vi... Engenheiros do Hawaii... Lembram? A música era ... " Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão..." Na realidade ...o título é "Somos quem podemos ser"... Parei...Olhei...Ouvi ... Flashback instantâneo ! Como eu gostava da letra e da música... Ainda gosto ! Viajei ... Túnel do tempo... Fui cair no pátio do EGD ou IGD... Na horinha do recreio... Lembro de quase um "Qual é a música " fazer a Ana Paula Costa descobrir qual era a música e quem cantava... E ela sabia !!! Provavelmente ela não lembrará do episódio...Mas me prometeu, na época ,trazer a letra escrita e copiada no dia seguinte...E trouxe! Celulares... internet... smartphone ...3G... Coisas futuristas... Agora , puxando da memória... Lembrei que por conta desse papo de música... Ela me emprestou um LP ( LP = pai do CD) ... Era de um cantor que estava fazendo muito sucesso e ela adorava as músicas... O nome dele era Rick Astley... A música "carro chefe " era - Never Gonna Give You Up . O LP era um quadrado com a foto enorme do cantor estampada na capa. Lembra, Ana Paula Costa? Ela me emprestou ... eu ouvi e devolvi o LP !!! Foi muito bom lembrar um momento tão gostoso da vida.... E, como diz a letra da música cantada pelos Engenheiros do Hawaii... Somos quem podemos ser... Sonhos que podemos ter... PS: Após retornar do meu flashback maravilhoso... Fui alcançada pelas tarefas domésticas... Fui colocada em cativeiro... Depois de exaustivo trabalho escravo... Fugi ! E antes que elas descubram o meu paradeiro... FUI !

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Peça : A Vida

Uma das coisas mais difíceis na minha vida está sendo atuar como espectadora em uma peça onde um dia fui protagonista.
Mas a vida, como o teatro, substitui os seus atores renovando o elenco da mesma peça em cartaz.
A história contada é a mesma, mas nunca uma atuação será igual à anterior. Os papéis se diversificam.
Ora você é filha; ora você é mãe; ora você é sogra; e ora você é avó.
Os textos vão ganhando roupagens novas e atuais que se encaixam ao contexto original provocando variadas interpretações.
A parte mais difícil? É você não palpitar no trabalho alheio!
Principalmente, porque o personagem de hoje foi o seu, de ontem.
E ainda, a atuação de hoje pode superar a sua, de ontem.
Exercício sofrido mas que rende , na maioria das vezes , bons resultados.
O que mais me emociona é vivenciar a mesma história sem que ela pareça repetitiva.
A história não fica velha ou antiga, está sempre jovial!
Seus personagens são autênticos, fortes, marcantes, talentosos e cheios de surpresas.
No máximo, o que aquela história contada várias vezes, de formas diferentes, traz, são lembranças da sua própria história.
A cada dia um ator é incorporado à caravana daquela peça em cartaz: a Vida.
Agora mesmo, mais um (a) está chegando ...
E, sem cerimônia, vai entrar, subir ao palco e assumir mais um personagem único no espetáculo.
Para mim, hoje como espectadora, continua sendo um milagre, uma magia que se realiza; e assistir a cada ato desse acontecimento é uma satisfação.
E, como parte de um elenco vivo, recebo, como uma anfitriã à porta do teatro, o (a) mais novo (a) componente .
Abro os braços e, com muita alegria no coração, digo:
Entre, fique à vontade!
Depois, vou sentar na primeira fila da platéia, assistir, comovida, ao espetáculo e aplaudir de pé mais uma vez .
Silvia Lotfi

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sentimento fora de moda ... O colinho da mamãe !

Há dias venho sentindo o coração apertado .... Saudades do tempo em que me achava importante e insubstituível ? Talvez . Não como mulher mas sim, como mãe ...
Digam o que quiserem os que são formados nisso ou naquilo... que esse sentimento não é o ideal para se ter ... Às favas com conceitos ... É muito bom se sentir importante , protetora e, por que não dizer , salvadora da pátria algumas vezes... Principalmente, quando eles acham que somente você resolveria “aquele” problema ...
Mas é assim : um dia você os carrega no ventre, no outro você os carrega no colo, depois, eles andam sozinhos e você só os pega quando caem e, machucados, correm chorando ao seu encontro pedindo o colo. O tempo corre mais que você e eles passam a cair menos ... Outros colos aparecem, o da namorada(o) , o da mulher, dos amigos,do marido, enfim ...
E, de repente, o colo mais importante, que era o seu, passa a ser o mais criticado e vergonhoso: o colinho da mamãe! Imagine filhos crescidos, filhos que têm filhos, pedirem colinho da mãe ... Só se for escondido!
É assim. E você entra na onda do “ tudo bem “ e passa a agir com pseudo naturalidade aceitando o inaceitável para o seu coração. Assim, ação e reação começam a travar um conflito dentro de você. O seu interior age de uma forma e o seu exterior, reage de forma completamente diferente . Você sente a falta deles, cobra telefonemas, visitas e a preocupação com você ... Sabe aquela gripe que você ficou de cama dias e que eles não ficaram sabendo? Também nem ligaram para perguntar ? Pois é, Você não vai ligar para dizer que está doente, não é? Aí, você ensaia discursos ... diz que quando aparecerem em sua casa vão escutar algumas verdades ...
Mas eles demoram a aparecer e a ligar ... Você esquece ou se acalma e, quando finalmente se materializam à sua frente, como você reage? Com sorrisos, feliz e esquece todo aquele discurso sem sentido.
Para pessoas como eu ainda resta um consolo, os netos!
Eles reativam as nossas forças e suprem as nossas carências de bem estar ...
Mas como nem tudo dura para sempre ... Eles também crescem...
Depois de anos realizando os natais em minha casa com a presença certa do Papai Noel em carne e osso, meu neto , de oito anos, após um feriadão prolongado me veio com a seguinte revelação :
Papai Noel não existe e nunca existiu!
Fiquei paralisada ... Sem reação .
Tentei contornar a situação ... Mas como, se ele todos os anos vai à nossa casa? Perguntei.
E ele me respondeu cheio de certeza :
_ Vovó , você contrata um homem , ele se veste de Papai Noel e depois você paga a ele .
Fiquei desolada ... Vazia ... A descoberta era minha ... Papai Noel realmente não existe!
Preciso urgente de um psicólogo, será ?
A constatação é a seguinte: meu neto cresceu .
Remoendo tudo isso todo tempo, amanheci hoje com o pensamento de que nem tudo está perdido e que há sempre o lado bom de tudo.
Logo, criamos os filhos para o mundo e para caminharem com suas próprias pernas por aí, certo ?
Se eles conseguiram realizar a tarefa com louvor, o sucesso é seu.
Você conseguiu concretizar a sua missão na vida, de maneira brilhante. Então, alegre-se !
A liberdade bateu à sua porta! E porque você não abriu? Medo?
Não abrimos a porta por medo, é verdade.
Respire fundo. Você é uma vencedora ... Você concluiu o curso, só falta você ir à sua formatura e receber o seu diploma, a sua carta de alforria!
Parabéns !!!!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Uma vez ou outra


Uma vez ou outra

Você já riu sem parar, de perder o ar, de quase desmaiar, de chorar, de a barriga doer e você até se esquecer de onde está?
Eu já!
Já tentou rir tudo, tudinho para poder esvaziar e continuar?
Eu já!
Conseguiu?
Eu não!
Era só olhar e lembrar e tudo voltar.
Risada boa, solta, leve, infantil.
Risada descompromissada.
O motivo de tanta gargalhada foi uma boa piada?
Claro que não!
O motivo sempre foi o mais bobo possível.
É achar graça do que nem tem graça.
O motivo é simples.
Simples como a vida.
Já pensou que isso aconteceu há muito tempo?
Eu era criança, lá na infância.
O tempo passa e as gargalhadas ficam escassas.
Elas vão sumindo, sumindo...
E vão dando lugar aos risos, sorrisos e isos...
Que tal, uma vez ou outra, tentar abrir a porta do coração, sentar no chão, esquecer que é adulto e brincar nem que seja com o cão?
Rir, cair, rolar e se sujar.
E quando se levantar, com certeza estará refeita para recomeçar mais um dia de gente grande, de adulto, que só pode sorrir.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal

FELIZ NATAL

Dezembro, mês de correria, de compras, de shopping cheio, filas, engarrafamentos, arruma a casa, monta a árvore de natal, pisca pisca, supermercado, lista de presentes, a ceia, a roupa que vai usar... Ufa! Que loucura! Você não se cansa de repetir o que disse no ano passado e no retrasado também: No próximo ano vou me organizar. Você promete o que já sabe que não vai cumprir. E assim os dias passam, o Natal se aproxima e você acha que não vai dar tempo quando, de repente, como mágica, tudo acontece. Você conseguiu mais uma vez! Papai Noel chega e trás consigo a realização do sentimento que estava guardadinho lá no fundo do seu coração, a confraternização. Motivado, Você liga para os amigos e vice versa, reencontra os que estavam distantes, abraça, beija, ri e brinca de amigo oculto. Todo o estresse do preparativo foi esquecido. Tudo valeu à pena! Pois só assim, aqui estou para desejar de coração, um Feliz Natal para você.
Feliz 2010

Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2009.

Silvia & Washington Lotfi

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

JORNAL de INFORMAR


Jornal de informar

Jornal que informa;
Jornal que embrulha a informação;
Jornal que forra o chão, que embrulha o pão;
O pão que é nosso, mas que não se tem todos os dias;
Jornal que esclarece e enlouquece;
Jornal dos classificados;
Jornal das colunas sociais;
Jornal do crime da esquina;
Jornal que noticia a vida e a morte;
Jornal das manchetes, greves, salários, prisões, e goleadas fenomenais;
Jornal que informa o que não fazia nenhum mal ignorar;
Jornal que ignora o que deveria estampar nas suas primeiras páginas;
Jornal que serve para embrulhar o povo e as bananas da quitanda.

ACREDITE


ACREDITE

Acredite!
Acredite que amanhã tudo será diferente;
Acredite que pior não poderá ficar, é impossível!
Acredite que o acontecido serviu para lhe dar a certeza de algo;
Acredite que, algum dia seu valor será reconhecido por aqueles que o magoaram;
Acredite que o Sol brilhará;
Acredite no amor, nem que seja só o seu;
Acredite na esperança, nem que seja a única coisa que lhe reste;
Acredite num Ano Novo, nem que seja para poder desejar aos outros;
FELICIDADES!
Acredite na vida, num mundo melhor.
Acredite até na mentira, se for para sobreviver;
Acredite em tudo isto e muito mais;
Acredite, mas antes de tudo,
Acredite em Você!